Babà Milton ti Òiyà

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É Kààbó Ónilè Òiyà - "Sejam bem vindos ao mundo de Iansã!"

MISSÕES VISÕES E VALORES

1. Desenvolver o crescimento religioso Afrobrasileiro.

2. Propagação de suas Divindades - Os Orisás.

3. Conscientização da devida utilização dos Recursos Naturais - fauna, flora e hídricos.

4. Divulgar o Candomblé com Religião de Matriz Africana reconhecida pela Constituição Brasileira.

5. Estimular dentro dos conceitos Candomblecistas, o crescimento e equilibrio espiritual em seus seguidores e adéptos.

“Héèpà, Oiya Olómo Mesan, Ibá Re Ò!” Eeepa Oiya, que tem nove filhos, eu te saúdo!

“Héèpà, Oiya Olómo Mesan, Ibá Re Ò!” Eeepa Oiya, que tem nove filhos, eu te saúdo!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Oiyá e Egun

OYA E EGUN
Oyá não podia ter filhos, e foi consultar o babalaô.
Este lhe disse, então, que, se fizesse sacrifícios, ela os teria. Um dos motivos de não os ter ainda era porque ela não respeitava o seu tabu alimentar (evó) que proibia comer carne de carneiro.
O sacrifício seria de 18.000 mil búzios (o pagamento), muitos panos coloridos e carne de carneiro. Com a carne ele preparou um remédio para que ela o comesse; e nunca mais ela deveria comer desta carne. Quanto aos panos, deveria ser entregues como oferenda. Ela assim fez e, tempos depois, deu à luz nove filhos (número místico de Oyá).
Daí em diante ela também passou a ser conhecida pelo nome de ‘Iyá omo mésan’, que quer dizer ‘a mãe de nove filhos’ e que se aglutina ‘Iyansan’. Há outra lenda para explicar o mito de Iansã: Em certa época, as mulheres eram relegadas a um segundo plano em suas relações com os homens. Então elas resolveram punir seus maridos, mas sem nenhum critério ou limite, abusando desta decisão, humilhando-os em demasia. Oyá era a líder das mulheres, e elas se reuniram na floresta. Oyá havia domado e treinado um macaco marrom chamado ijimerê (na Nigéria).
Utilizara para isso um galho de atori (ixã) e o vestia com uma roupa feita de várias tiras de pano coloridas, de modo que ninguém via o macaco sob os panos.
Seguindo um ritual, conforme Oyá brandia o ixã no solo o macaco pulava de uma árvore e aparecia de forma alucinante, movimentando-se como fora treinado a fazer. Deste modo, durante à noite, quando os homens por lá passavam, as mulheres (que estavam escondidas) faziam o macaco aparecer e eles fugiam totalmente apavorados. Cansados de tanta humilhação, os homens foram ter com um babalaô para tentar descobrir o que estava acontecendo. Através do jogo de Ifá, e para punir as mulheres, o babalaô lhes conta a verdade.
Ele os ensina como vencer as mulheres através de sacrifícios e astúcia. Ogum foi o encarregado da missão. Ele chegou ao local das aparições antes das mulheres. Vestiu-se com vários panos, ficando totalmente encoberto, e se escondeu. Quando as mulheres chegaram, ele apareceu subitamente, correndo, berrando e brandindo sua espada pelos ares. Todas fugiram apavoradas, inclusive Oyá. Desde então os homens dominaram as mulheres e as expulsaram para sempre do culto de egun; hoje, eles são os únicos a invocá-lo e cultuá-lo. Mas, mesmo assim, eles rendem homenagem a Oyá, na qualidade de Igbalé, como criadora do culto de egun. Convém notar que, no culto, egun nasce no bosque da floresta (igbo igbalé). No Brasil, no ilê awo, ele nasce no quarto de balé, onde são colocadas oferendas de comidas e realizadas cerimônias aos Eguns. Oyá é também cultuada como mãe e rainha de egun, como Oyá Igbalé.
E, como nos explica a lenda, Oyá, a floresta e o macaco estão intimamente ligados ao culto, inclusive em relação à voz do macaco como modo de o egun falar.
TORNA-SE ÌYÁMÍ primórdios da criação, Olodumarê, o Ser Supremo que vive no orun, mandou vir ao ayê (universo conhecido) três divindades: Ogum (senhor do ferro), Obarixá (senhor da criação dos homens) (2 – Um dos orixás funfun, isto é, orixás que têm como principal preceito o uso do branco nos ritos e nas oferendas; em algumas regiões Obarixá é adotado como um cognome de Oxalá) e Odu, a única mulher entre eles. Todos eles tinham poderes, menos ela, que se queixou então a Olodumarê. Este lhe outorgou o poder do pássaro contido numa cabaça (igbá eleiye) e ela se tornou então, através do poder emanado de Olodumarê, Iyá Won, nossa mãe para eternidade (também chamada de Iami Oxorongá, minha mãe Oxorongá). Mas Olodumarê a preveniu de que deveria usar este grande poder com cautela, sob pena de ele mesmo repreendê-la. Mas ela abusou do poder do pássaro.
Preocupado e humilhado, Obarixá foi até Orumilá fazer o jogo de Ifá, e ele o ensinou como conquistar, apaziguar e vencer Odu, através de sacrifícios, oferendas e astúcia. Obarixá e Odu foram viver juntos. Ele então lhe revelou seus segredos e, após algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive que adorava egun. Mostrou-lhe a roupa de egun, o qual não tinha corpo, rosto nem tampouco falava.
Juntos eles adoraram egun. Aproveitando um dia quando Odu saiu de casa, ele modificou e vestiu a roupa de egun. Com um bastão na mão, Obarixá foi à cidade (o fato de egun carregar um bastão revela toda a sua ira) e falou com todas as pessoas. Quando Odu viu egun andando e falando, percebeu que foi Obarixá quem tornou isto possível. Ela reverenciou e prestou homenagem a egun e a Obarixá, conformando-se com a supremacia dos homens e aceitando para si a derrota. Ela mandou então seu poderoso pássaro pousar em egun, e lhe outorgou o poder: tudo o que egun disser acontecerá. Odu retirou-se para sempre do culto de Egugun. O conjunto homem-mulher dá vida a egun (ancestralidade), mas restringe seu culto aos homens, os quais, todavia, prestam homenagem às mulheres, castigadas por Olodumarê através dos abusos de Odu. Também por esta razão é que as mulheres mortas são cultuadas coletivamente, e somente os homens têm direito à individualidade, através do culto de egun.

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