Babà Milton ti Òiyà

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Perfis Associados

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É Kààbó Ónilè Òiyà - "Sejam bem vindos ao mundo de Iansã!"

MISSÕES VISÕES E VALORES

1. Desenvolver o crescimento religioso Afrobrasileiro.

2. Propagação de suas Divindades - Os Orisás.

3. Conscientização da devida utilização dos Recursos Naturais - fauna, flora e hídricos.

4. Divulgar o Candomblé com Religião de Matriz Africana reconhecida pela Constituição Brasileira.

5. Estimular dentro dos conceitos Candomblecistas, o crescimento e equilibrio espiritual em seus seguidores e adéptos.

“Héèpà, Oiya Olómo Mesan, Ibá Re Ò!” Eeepa Oiya, que tem nove filhos, eu te saúdo!

“Héèpà, Oiya Olómo Mesan, Ibá Re Ò!” Eeepa Oiya, que tem nove filhos, eu te saúdo!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ancestralidade e Respeito

ANCESTRALIDADE

Segundo e dentro do Asé Osumaré

Conceitos

Nas culturas Yorubá-Nagó a vida não se finda com a morte.
Àtúnwa, é o nome dado ao processo divino de existência única: a continuidade da vida.
Olodumarê , o supremo Deus Yorubá no momento do nascimento oferece aos homens um conjunto de forças sagradas que possibilita a vida. São elas:

• Ara: o corpo físico vindo da lama.
• Ese: elementos do organismo humano.
• Okan: coração físico e espiritual - órgão que centraliza o Poder de vida e sede da inteligência, do pensamento e da ação.
• Ojiji: essência espiritual.
• Emi: o sopro divino de vida.
• Ori: a individualidade e a identidade.
• Odu: o destino e o caminho a ser percorrido.
• Asé: força movimentadora da vida.
• Orisá: guardião de cada existência humana.

Todos estes aspectos não morrem...
Voltam as suas origens, isto é, ao Orun, pois pertencem a Olorun
E só ele pode liberá-las.
Estas forças divinas, animaram os antepassados, os ancestrais, as raízes mães do Asé Orisá, ao partirem do Aiyê e voltam ao Aiyê para animar seus descendentes e discípulos.
Esta é a grande responsabilidade de todos que descendem do Asé Osumaré: dar continuidade na obra de nossos antepassados, pois todos somos animados pelas forças divinas que um dia Animaram nossos Ancestrais.
A ancestralidade confirma a imortalidade, pois a vida continua no Orun como ancestrais.
Do Orun, a ancestralidade a tudo assiste.
No culto de Orisá, Ancestrais significa:
"Aqueles que um dia tiveram a energia de vida no Aiyê e que cuja energia de vida é repassada as novas gerações, garantindo a continuidade da vida e do culto aos Deuses Africanos. "
Como conclusão a vida presente depende da vida passada de nossos ancestrais.
Mojubá.


Biografias

Iyalorisás e Babalorisás do Ile Asé Osumare

Babá Antonio de Osumare
Fundador do Ile Axé Oxumare.

Sabe-se que era escravo/crioulo - filhos de escravos africanos nascidos no Brasil. Foi criado por tio Salacó filho de Sangô e foi filho de santo de velhas africanas. Batizado com o nome Antonio Manoel do Bonfim.
Era conhecido como Antonio das Cobras.
Citações bibliográficas indicam Antonio de Osumaré como respeitado Babalorisá após 1875, ano então, que se presume ter vivido, portanto a Casa de Osumaré tem raízes no século XIX.
Era também conhecido pelo apelido de "cobra encantada", em virtude do seu poder como "feiticeiro".
Seu Antonio de Osumare transferiu a sede do terreiro para o atual local que antes era conhecido como mata escura ou linha 15 (trem).
Não há evidências biográficas.

Iyá Cotinha de Iéwá

Chamava-se Maria das Mercês dos Santos e era filha de santo do Babalorisá Antonio de Osumare por quem foi iniciada aos 13 anos de idade.
Irmã biológica de Hilário Bispo de Santos que futuramente terá grande importância para a Casa de Osumare.
Sabe-se que em 1937, surgiu a união das casas afro-brasileiras em Salvador/BA, uma espécie de federação que visava registrar e fiscalizar os terreiros.
Iyá Cotinha de Yewá recusou-se a registrar a Casa de Osumare.
O argumento mais provável desta recusa foi de que Iyá Cotinha de Yewá temia expor a casa de santo e sofrer perseguições do poder público baiano uma vez que na época o Candomblé era uma religião perseguida e discriminada.
Tal acontecimento caracteriza que Casa de Osumare na década de 30, já estava em atividades.
Casada com sr. Arsênio - Ogán da Casa Branca/Ogán de Osogian de Iyá Massi.
Possuía um temperamento tímido e calado. Os antigos, portanto, contam que Yewá resolveu estes problemas, tomando muitas vezes a frente da Casa de Osumaré quando necessário.
Yewá era irreverente, sabia comandar e não tinha "papas na língua", diziam os antigos.

Seu primeiro barco foi composto:
• Dona Baiana - Oba Tosi, que morre com 102 anos;
• Maria da Neves da Encarnação - Oyá Biyi;
Iniciou várias yawôs e ogáns, entre eles podemos citar:
• José Bispo dos Santos - muito conhecido em São Paulo e em todo o Brasil como Pai Bobó;
• Teodora de Iyemonjá - Iyalorisá muito famosa no Rio de Janeiro;
• Nair de Osalá - irmã de Iyá Teodora;
• Egbomy Menininha - mãe de Iyá Teodora;
• Francelina de Ogun;
• Dona Miudinha da Osun;
• Simplícia de Ogun;
• Ogán de Yewá: Urbano, que morre em janeiro de 2001;
• Ogán Cadú - Ogán de Yewá: também falecido recentemente;
• Ogán Garrincha - Ogán de Yewá;
• Maria Silvia de Assis - Ekeji Mariazinha de Osalá;
• Tomazia de Osun;
• Ogán Paizinho - Ogán de Yewá / Otun Alabê;
• Ogán Manoel - Ogán de Yewá / Osi Alabê;
• Ogán Possidonio - Ogán de Yewá / Alabê;
• entre outros.
Morre em julho de 1947.


Iyá Francelina de Ogun

Filha de santo de Iyá Cotinha de Yewá.
Uma ebomy de muitas posses e bem sucedida financeiramente. Gostava muito de jóias e as possuía em grande quantidade.
Comandou Asé Osumare de 1947 a 1954.
Abdicou do cargo de Iyalorixá, passando o comando para sua irmã de santo e afilhada de crisma Simplícia de Ogun.
Acredita-se que a abdicação ocorreu para a Casa de Osumare não sofresse desgastes e conseqüências com sua morte.

Iyá Simplícia de Ogun

Filha de santo de Iyá Cotinha de Yewá e depois sua cunhada, pois vem a se casar com Hilário Bispo dos Santos, irmão biológico de Iyá Cotinha de Yewá.
Era filha biológica de Maria da Neves da Encarnação - Oyá Biyi e foi iniciada aos 14 anos de idade em 1936. Nasceu em 18 de setembro de 1922(?)
Chamava-se Simpliciana da Encarnação e era conhecida como Simplícia do Ogun - Ogun Dekisi.
Vovô Hilário - como era conhecido-, seu esposo, era um homem muito trabalhador e um empreiteiro respeitado em Salvador, mas possuía forte temperamento.
Contribuiu muito com a manutenção, sustento e ampliação da Casa de Osumare e sua fama de homem bravo também contribuiu para a moralidade e disciplina do terreiro.
Herda o trono da Casa de Osumaré de sua irmã de santo e madrinha de crisma Iyá Francelina de Ogun em 1954, com 38 anos de idade.
Seu primeiro ato foi o Amalá de Sangó em 1954 e sua primeira festa foi a Festa de Ogun em 20 de maio de 1955.
Iniciou 44 yawôs, entre eles podemos citar:
• Filhinha do Ogun, sua primeira yawô
• Deusuíta - dofona.
• Leonor de Oxumarê;
• Ana de Ogun;
• Nilza de Ogun;
• Dó de Osayin;
• Cotinha de Osalá;
• Elizabeth de Osalá;
• Deusuíta de Omolu;
• Pérsio de Sangô;
• Ana Laura de Ogun;
• Duzinha de Nanã;
• Bentinha de Ogun;
• Rosinha de Obaluaiyê;
• Zezé de Obaluaiyê;
• Valquíria de Osun;
• Doroti de Yansan;
• Ekeji Angelina de Ososi;
• Entre outros.
Teve cinco filhos: Jutaí Bispo dos Santos, Tânia Maria Bispo da Encarnação, Nilton Bispo dos Santos, Nilzete Austriquiliano da Encarnação e Erenilton Bispo dos Santos, todos iniciados no Asé Osumaré.
Como uma de suas poucas lembranças deixou uma fotografia aonde aparece servindo o Presidente da República Getulio Vargas, documento que comprova a proximidade da Iyalorisá com o Chefe de Estado, momento em que este oferece a oportunidade de algum pedido pessoal a Iyá Simplicia como elogio pela boa qualidade da comida.
Iyá Simplicia não hesita e pede ao chefe da nação:
-"Liberdade de culto ao candomblé".
Morre em 1967, aos 51 anos de idade, depois de 13 anos de chefia no Asé Osumaré, vitimada de um mau súbito cardíaco.

Iyá Dona Miudinha de Osun

Filha de santo de Iyá Cotinha de Yewá herda a Casa de Osumaré após a morte de sua irmã de santo Iyá Simplícia de Ogun.
Era conhecida como Omifunké.
Não ocupou o cargo por motivos pessoais.

Iyá Nilzete de Yemanjá

Chamava-se Nilzete Austriquiliano da Encarnação.
Egbomy Nilzete de Iyemonjá como era conhecida. Nascida em 29 de fevereiro de 1939.
Foi a Iyalorisá mais conhecida da Casa de Osumare.
Filha biológica de Iyá Simplícia de Ogun, assume o comando do Asé Osumare em 1974.
Foi iniciada pelo Babalorisá Manoel Cerqueira de Amorin, Nezinho de Ogun, Ogun Kobé, em 15 de dezembro de 1965.
De temperamento reservado, tímido e muito calado, gostava de ficar no anonimato, mas esta forma de ser acabava destacando-a mais ainda.
Como anfitriã era sorridente, respondia a todas as dúvidas e a todos orientava com sabedoria e humildade.
Uma de suas célebres frases caracteriza seu estilo simples e hospitaleiro:
-"Não repare. Minha casa é simples, mas sempre tem feijão com farinha para todos".
Como Iyalorisá e dirigente espiritual era muito rígida e exigente.
Era muito comedida, prudente e reflexiva para assumir um filho de santo.
Só o fazia quando Yewá, Oxumare, Yemanjá, Xangô e Ogun, orisás a quem tinha muita obediência e respeito, autorizavam.
Promovia candomblé pela fé e suas festas eram organizadas dentro da tradição e, portanto eram belíssimas.
Não costumava dançar o Sirê, mas se apresentava no barracão muito elegante e introspectiva para dançar a roda de Sangô.
Cantava "Yorubá" com muito domínio pelos cantos da casa.
Dedicava-se mais ao culto de Orisá do que a vida pessoal.
Iniciou vários yawôs dentre eles podemos citar:
Seu primeiro barco foi:
• José de Osun, José Ferreira;
• Soninha de Osogian;
• Rosa de Osumarê;
• Regina de Nanã;
• Eliete de Yewá;
• Tania de Ososi - Maiyé
• Zilda de Ogun;
• Zezé de Omolu;
• Lurdinha de Omolu;
• Sandra de Iyemonjá - atual Iyakekerê da Casa de Oxumare.
• Murilo de Ogun em Minas Gerais;
• Gerson de Ososi em Minas Gerais
• Lídio de Sangô em Santa Catarina;
• Vladimir de Ososi- Babá Kabilla em São Paulo;
Desta forma expandiu o nome da Casa de Oxumare para todo o Brasil.
Iyá Nilzete de Iyemonjá trabalhou muito para a Casa de Osumare.
Fez reparos, manutenção e conservação do patrimônio.
Impetrou uma verdadeira guerra contra a prefeitura de Salvador que projetava uma passarela de pedestres que passaria sobre Iroko, na qual saiu vitoriosa.
Iyá Nilzete de Yemanjá teve três filhos:
• Samuilta de Osogian;
• Sidney de Ososi;
• Sivanilton de Osumare (Babá Pece),
Todos iniciados no Asé Osumaré.
Vem a falecer no dia 30.03.1990, também vitimada, por um mau súbito cardíaco.

Esta é nossa homenagem a este Grande Asé localizado em Salvador - BA.

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