NOSSA JORNADA NA TERRA
Segundo Babá Milton ti Oiyá
Todo o Ser Humano ao encarnar (nascer), passa a fazer parte, de uma longa história determinada pelos seus Odus (destinos), observado pelos Orisás e abençoado por Oloorun (Senhor do Céu = Deus) e Olodumaré (Senhor do Destino Supremo = Deus).
Cada um tem, apoiado também em Seu Livre Arbítrio e determinado pelos seus Odus, uma jornada de sucessos e insucessos, conquistas e percas, amores e desamores, ou seja, alegrias e tristezas.
Quando Oloorun (Senhor do Orun) determina um nascimento, Olodumaré passa a determinar que essa vontade se cumpra. E para isso, Ele coloca a disposição deste “Novo Ser”, seres divinizados, que vão acompanhá-lo durante toda sua jornada material na Terra e depois desta caminhada também.
Estes “Seres Divinizados” são por nós do Candomblé conhecidos e louvados pelo nome de Orisás e Eboras. Motivo da existência de nossa tão querida religião candomblecista.
Tentarei mostrar como acontece este processo de acompanhamento dos Orisás, do inicio até o fim da vida material desta pessoa.
Fecundação e Ventre
Nesta etapa temos a influencia inicial de Esú (Senhor do início, da sexualidade e do corpo) e Osun (Senhora da fecundação, da paixão e do encantamento). Sentimentos e situações estas tão importantes na natureza humana para que exista o inicio de um relacionamento estável e continuado. Quando estes dois Orisás se unem na vida de um casal, começa o processo de planejamento de uma nova vida pelo Espiritual. Este processo é acompanhado pelo Grande Orisá Obatalá (Senhor do Pano Branco). E Ibeji claro, gera toda essa ação por ser seres que representam “os dois que se unem para gerar um”.
Eles estimulam a paixão, a sexualidade e a fecundação. Quando isto acontece temos o Novo Ser, que dentro do ventre materno será cuidado por Osun e Ibeji (Senhores que zelam da continuidade e crescimento do feto dentro do ventre) e Embalado por Iyemonjá (Senhora das águas, do líquido amniótico e das cabeças). E a ligação Mãe e Filho será acompanhado por Osumaré (Senhor dos ciclos da vida, da água, do cordão umbilical e da transformação).
O nascimento será guiado por Ogun (Senhor dos caminhos, do progresso, do ferro, da tecnologia e das guerras), por Iyemonja e Osagia (Senhor do inhame pilado, responsável tb por todas as cabeças). Neste momento, e sobre a fiscalização de Iyemonja, o recém nascido será abençoado pela proteção específica de seu próprio Orisá (que poderá durante sua vida se fazer presente ou não).
Ao nascer (Ato de sair do ventre da mãe), este novo Ser vai ficar sobre a guarda de Osun e Logunede (Senhor da beleza, dos peixes e de tudo o que é jovem) até começar a expressar seus sentimentos ou emoções (falar por ex), independente claro, do Orisá principal dele. Ele tb será contemplado pelo Emi (sopro da vida), cedido por Osalá. Ato este representado pelo inflar do seu pulmão pela primeira vez.
Este Ser, passa ter pela consciência coletiva social, Corpo (Ara) e Alma, ou seja, existência física e espiritual. E com certeza alguns dias depois um Nome pelo qual será conhecido em sua existência material e uma Certidão de Nascimento que formalizará tb a data de seu nascimento, que afetará seu destino pelo resto de sua “Existência Individual”.
Crescimento e Amadurecimento
A necessidade ou consciência do novo ser perceber que esta Vivo e que deve continuar assim (Vivo) é dada por Sango (Senhor da vida, do fogo, da justiça). Orisá responsável junto com Esú de manter o corpo humano aquecido. Junto com Sango temos Obá (Senhora da decisão e do amor puro e verdadeiro) que são responsáveis pelos batimentos cardíacos e tb dão a este ser Vivo, o sentimento inenarrável do Amor incondicional. Que é o resultado final da Paixão (Sexualidade – Paixão – Amor). Assim como Iyemonja, Osun, Osala e Nana (Senhora da transformação espiritual, da lama primordial e da ancestralidade) alimentam no ser humano o amor familiar e social. Apesar que o sentimento e respeito pelo Social-coletivo é despertado e reforçado por Sango, Ode (Senhor das artes, da sobrevivência, da caça e do alimento) e Osun sem sombras de duvidas, já que Ela detém o poder do ato diplomático e da comunicação social.
Para que um ser humano tenha noção, consciência e pratique a sociabilidade, Ele precisa ter consciência de sua existência individual (citado logo atrás). E para que isto ocorra Ele terá a influência de Osae (Senhor das folhas, da medicina e da introspecção). “Ninguém conhecerá o coletivo se não viver o individual” (Babá Milton). E por conseguinte do próprio corpo (Ara) e de sua limitações. Entramos na área de Omolu/Obalwaiye (Senhores das doenças e das suas curas, dos ossos e da morte) e Esú. Com a influência destes Orisás o ser humano poderá se deparar ou perceber que seu corpo tem muita mais força que imagina e fraquezas tb. Ele se deparará com doenças e limitações físicas por exemplo. Com sentimentos fragilizados (psicologicamente falando). É quando, do nada, Ele se desperta e se renova de novo, dando a volta por cima e continuando sua brilhante jornada. Ele sentirá de novo a força de Ibeji e Oiyá.
Quando ele conhecer a si próprio e ao meio social que ele faz parte, devera a este ser desenvolver o sentimento de fidelidade aos princípios básicos oferecidos pela Sociedade ao indivíduo, dado por Obá e Oiyá (Senhora dos Mortos, da passagem, dos ventos e tempestades) e tb as normas e regras desta mesma Sociedade regida por Sango, Ode e Osagia.
Aí entramos na busca pela sobrevivência e, por conseguinte pela necessidade da continuidade de novo. Isto tudo é ofertado por Odé, Logunede e Sango. Ele senti fome, carências. Ou seja tudo que o estimularia a busca pela sobrevivência em si.
A necessidade de buscar sempre mais, material principalmente, e de buscar o progresso e o melhor cada vez mais será despertado por Ogun e por Odé e Sango. Cada um dentro de uma medida bem temperada. Por isso que falamos que se uma Sociedade nasce, cresce e se desenvolve tecnologicamente é porque Ogun existe. E qdo cresce com regras, normas foram graças as bênçãos de Sango e Odé.
A valorização da mulher e sua independência, tal qual sua posição hj mais privilegiada na Sociedade tem influência direta sobre o desejo de Osun e a força de Oiyá e Obá. Portanto o nosso personagem se for homem aprenderá a desenvolver este respeito a sociedade feminina graças a estas divindades tão amadas no Panteão Africano e Afrobrasileiro.
Morte e transformação
Portanto finalmente depois que o nosso novo ser humano nasceu, cresceu e se desenvolveu amoroso-social-familiarmente e buscou suas realizações e conquistas. Ele terá que mais cedo ou mais tarde se depará com Obatalá e seu cajado mais uma vez.
Por quê? Vc perguntaria. A este Orisá pertence o desejo de ativar a ação de Ikú (O ceifador). Obatalá que determina que o nosso personagem principal cumpriu de forma completa (ou não) sua missão na Terra (Aiye). Ele chamará a sua presença os Orisás e Eboras que farão o processo da Morte acontecer.
Independente de que forma a morte acontecerá para esta pessoa, Ela se deparará inicialmente com Nana, Omolu e Oiyá, que são os deuses iniciais nessa etapa final da “vida”. Nana é encarregada de tirar “aquele sopro de vida” dado por Obatala no inicio. Ela que retira o último ar espiritual e abençoado por Oloorun. Nisso Ikú tomou conta do corpo daquele ser. Oiyá é a responsável de receber o novo ser apenas dotado de espírito, e encaminhá-lo para sua nova jornada no mundo espiritual. Omolu desprende e corta o Espírito do corpo, como se fosse um corte no “cordão umbilical espiritual”. Oiyá junto com Nana e Osala vão acompanhá-lo nos novos passos a seguir. Só que agora quem rege a existência desse novo Egun (Espírito desencarnado) será Oiyá. E caberá a Ela orientá-lo e guiá-lo.
A partir daí será um mistério. O que vai acontecer com este Egun? Reencarnar? E começar todo o processo de novo anteriormente citado. Perturbar alguém (obssessor)? Estagnar-se no mundo espiritual? Só Oloorun e os Orisas e Eboras sabem...!
De qualquer formar aprendemos que independente do conceito religioso ensinado, sabemos que nossas atitudes perante nós mesmos e o mundo que nos cerca determina nossa situação aqui na Terra. E que os Orisás estão ao nosso redor, conscientes nós ou não.
Asé.
Babá Milton ti Oiyá
“Nifé ke, Oloorun Fé! (Que seja feito a vontade de Deus!)
Segundo Babá Milton ti Oiyá
Todo o Ser Humano ao encarnar (nascer), passa a fazer parte, de uma longa história determinada pelos seus Odus (destinos), observado pelos Orisás e abençoado por Oloorun (Senhor do Céu = Deus) e Olodumaré (Senhor do Destino Supremo = Deus).
Cada um tem, apoiado também em Seu Livre Arbítrio e determinado pelos seus Odus, uma jornada de sucessos e insucessos, conquistas e percas, amores e desamores, ou seja, alegrias e tristezas.
Quando Oloorun (Senhor do Orun) determina um nascimento, Olodumaré passa a determinar que essa vontade se cumpra. E para isso, Ele coloca a disposição deste “Novo Ser”, seres divinizados, que vão acompanhá-lo durante toda sua jornada material na Terra e depois desta caminhada também.
Estes “Seres Divinizados” são por nós do Candomblé conhecidos e louvados pelo nome de Orisás e Eboras. Motivo da existência de nossa tão querida religião candomblecista.
Tentarei mostrar como acontece este processo de acompanhamento dos Orisás, do inicio até o fim da vida material desta pessoa.
Fecundação e Ventre
Nesta etapa temos a influencia inicial de Esú (Senhor do início, da sexualidade e do corpo) e Osun (Senhora da fecundação, da paixão e do encantamento). Sentimentos e situações estas tão importantes na natureza humana para que exista o inicio de um relacionamento estável e continuado. Quando estes dois Orisás se unem na vida de um casal, começa o processo de planejamento de uma nova vida pelo Espiritual. Este processo é acompanhado pelo Grande Orisá Obatalá (Senhor do Pano Branco). E Ibeji claro, gera toda essa ação por ser seres que representam “os dois que se unem para gerar um”.
Eles estimulam a paixão, a sexualidade e a fecundação. Quando isto acontece temos o Novo Ser, que dentro do ventre materno será cuidado por Osun e Ibeji (Senhores que zelam da continuidade e crescimento do feto dentro do ventre) e Embalado por Iyemonjá (Senhora das águas, do líquido amniótico e das cabeças). E a ligação Mãe e Filho será acompanhado por Osumaré (Senhor dos ciclos da vida, da água, do cordão umbilical e da transformação).
O nascimento será guiado por Ogun (Senhor dos caminhos, do progresso, do ferro, da tecnologia e das guerras), por Iyemonja e Osagia (Senhor do inhame pilado, responsável tb por todas as cabeças). Neste momento, e sobre a fiscalização de Iyemonja, o recém nascido será abençoado pela proteção específica de seu próprio Orisá (que poderá durante sua vida se fazer presente ou não).
Ao nascer (Ato de sair do ventre da mãe), este novo Ser vai ficar sobre a guarda de Osun e Logunede (Senhor da beleza, dos peixes e de tudo o que é jovem) até começar a expressar seus sentimentos ou emoções (falar por ex), independente claro, do Orisá principal dele. Ele tb será contemplado pelo Emi (sopro da vida), cedido por Osalá. Ato este representado pelo inflar do seu pulmão pela primeira vez.
Este Ser, passa ter pela consciência coletiva social, Corpo (Ara) e Alma, ou seja, existência física e espiritual. E com certeza alguns dias depois um Nome pelo qual será conhecido em sua existência material e uma Certidão de Nascimento que formalizará tb a data de seu nascimento, que afetará seu destino pelo resto de sua “Existência Individual”.
Crescimento e Amadurecimento
A necessidade ou consciência do novo ser perceber que esta Vivo e que deve continuar assim (Vivo) é dada por Sango (Senhor da vida, do fogo, da justiça). Orisá responsável junto com Esú de manter o corpo humano aquecido. Junto com Sango temos Obá (Senhora da decisão e do amor puro e verdadeiro) que são responsáveis pelos batimentos cardíacos e tb dão a este ser Vivo, o sentimento inenarrável do Amor incondicional. Que é o resultado final da Paixão (Sexualidade – Paixão – Amor). Assim como Iyemonja, Osun, Osala e Nana (Senhora da transformação espiritual, da lama primordial e da ancestralidade) alimentam no ser humano o amor familiar e social. Apesar que o sentimento e respeito pelo Social-coletivo é despertado e reforçado por Sango, Ode (Senhor das artes, da sobrevivência, da caça e do alimento) e Osun sem sombras de duvidas, já que Ela detém o poder do ato diplomático e da comunicação social.
Para que um ser humano tenha noção, consciência e pratique a sociabilidade, Ele precisa ter consciência de sua existência individual (citado logo atrás). E para que isto ocorra Ele terá a influência de Osae (Senhor das folhas, da medicina e da introspecção). “Ninguém conhecerá o coletivo se não viver o individual” (Babá Milton). E por conseguinte do próprio corpo (Ara) e de sua limitações. Entramos na área de Omolu/Obalwaiye (Senhores das doenças e das suas curas, dos ossos e da morte) e Esú. Com a influência destes Orisás o ser humano poderá se deparar ou perceber que seu corpo tem muita mais força que imagina e fraquezas tb. Ele se deparará com doenças e limitações físicas por exemplo. Com sentimentos fragilizados (psicologicamente falando). É quando, do nada, Ele se desperta e se renova de novo, dando a volta por cima e continuando sua brilhante jornada. Ele sentirá de novo a força de Ibeji e Oiyá.
Quando ele conhecer a si próprio e ao meio social que ele faz parte, devera a este ser desenvolver o sentimento de fidelidade aos princípios básicos oferecidos pela Sociedade ao indivíduo, dado por Obá e Oiyá (Senhora dos Mortos, da passagem, dos ventos e tempestades) e tb as normas e regras desta mesma Sociedade regida por Sango, Ode e Osagia.
Aí entramos na busca pela sobrevivência e, por conseguinte pela necessidade da continuidade de novo. Isto tudo é ofertado por Odé, Logunede e Sango. Ele senti fome, carências. Ou seja tudo que o estimularia a busca pela sobrevivência em si.
A necessidade de buscar sempre mais, material principalmente, e de buscar o progresso e o melhor cada vez mais será despertado por Ogun e por Odé e Sango. Cada um dentro de uma medida bem temperada. Por isso que falamos que se uma Sociedade nasce, cresce e se desenvolve tecnologicamente é porque Ogun existe. E qdo cresce com regras, normas foram graças as bênçãos de Sango e Odé.
A valorização da mulher e sua independência, tal qual sua posição hj mais privilegiada na Sociedade tem influência direta sobre o desejo de Osun e a força de Oiyá e Obá. Portanto o nosso personagem se for homem aprenderá a desenvolver este respeito a sociedade feminina graças a estas divindades tão amadas no Panteão Africano e Afrobrasileiro.
Morte e transformação
Portanto finalmente depois que o nosso novo ser humano nasceu, cresceu e se desenvolveu amoroso-social-familiarmente e buscou suas realizações e conquistas. Ele terá que mais cedo ou mais tarde se depará com Obatalá e seu cajado mais uma vez.
Por quê? Vc perguntaria. A este Orisá pertence o desejo de ativar a ação de Ikú (O ceifador). Obatalá que determina que o nosso personagem principal cumpriu de forma completa (ou não) sua missão na Terra (Aiye). Ele chamará a sua presença os Orisás e Eboras que farão o processo da Morte acontecer.
Independente de que forma a morte acontecerá para esta pessoa, Ela se deparará inicialmente com Nana, Omolu e Oiyá, que são os deuses iniciais nessa etapa final da “vida”. Nana é encarregada de tirar “aquele sopro de vida” dado por Obatala no inicio. Ela que retira o último ar espiritual e abençoado por Oloorun. Nisso Ikú tomou conta do corpo daquele ser. Oiyá é a responsável de receber o novo ser apenas dotado de espírito, e encaminhá-lo para sua nova jornada no mundo espiritual. Omolu desprende e corta o Espírito do corpo, como se fosse um corte no “cordão umbilical espiritual”. Oiyá junto com Nana e Osala vão acompanhá-lo nos novos passos a seguir. Só que agora quem rege a existência desse novo Egun (Espírito desencarnado) será Oiyá. E caberá a Ela orientá-lo e guiá-lo.
A partir daí será um mistério. O que vai acontecer com este Egun? Reencarnar? E começar todo o processo de novo anteriormente citado. Perturbar alguém (obssessor)? Estagnar-se no mundo espiritual? Só Oloorun e os Orisas e Eboras sabem...!
De qualquer formar aprendemos que independente do conceito religioso ensinado, sabemos que nossas atitudes perante nós mesmos e o mundo que nos cerca determina nossa situação aqui na Terra. E que os Orisás estão ao nosso redor, conscientes nós ou não.
Asé.
Babá Milton ti Oiyá
“Nifé ke, Oloorun Fé! (Que seja feito a vontade de Deus!)
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